Os desafios da inclusão de crianças com autismo no sistema escolar brasileiros

Se o mundo já é difícil para pessoas sem transtornos, imagina para uma criança que possui o  Transtorno do Espectro Autista (TEA). Pesquisas indicam que 1 a cada 160 crianças se encaixam nessas condições e estima-se que esse número venha a aumentar consideravelmente nos próximos anos. Estima-se também que 1 milhão de brasileiro está dentro do espectro autista.

No entanto, o autismo não é uma condição de invalidez, mas, algumas crianças se mostraram com grande capacidade de entender, aprender e demonstram alta capacidade intelectual, porém, o maior desafio é inserir crianças no espectro autista nas escolas, considerando algumas dificuldades decorrentes da doença.

Entenda um pouco mais desse desafio e o que está sendo feito para conseguir inserir crianças com autismo no sistema escolar brasileiro.

O maior desafio dos educadores

Essas crianças necessitam de atenção individual, todas nesse espectro apresentam problemas de interação e comunicação com as pessoas, alguns apresentam hiperatividade, déficit de atenção entre outras complicações.

Outro problema encontrado é a grandes divergências de crianças neste espectro, onde algumas apresentam problemas maiores, incluindo depressão, enquanto outras mostram outro perfil, sem indícios de complicações além do TEA.

Brincadeiras infantis também representa outro desafio, por sua condição, como já foi dito, a interação social e a comunicação é quase inexistente, geralmente evitam contato visual e nem realizam gestos. Sua mente centrada em algo não lhes permite entrar no mundo de fantasia que crianças geralmente constroem ao brincar, o “faz de conta”.

A lei sobre inclusão

A Lei 12.764, em vigor no Brasil desde 2012, determina a inclusão de crianças dentro do espectro autista e todos os centros de ensino, inclusive podem solicitar, caso necessário, profissionais para acompanhar esses alunos durante as aulas.

Mas, encontramos aqui outro problema que dificulta ainda mais a inclusão de crianças com autismo no sistema escolar brasileiro, a falta de centros educacionais que saibam lidar com alunos que possuem esse tipo de necessidade, principalmente na rede pública.

Com falta de profissionais para lidar individualmente com essas crianças, muitas não têm condições de manter alunos com TEA dentro da sala de aula. As dificuldades que apresentam tornam sua permanência sem acompanhamento muito complicada.

As dificuldades do autismo dentro de uma sala de aula

Os principais problemas que dificultam a inclusão de crianças com autismo no sistema escolar é o déficit de atenção e a comunicação, onde muitos não exercem nenhum tipo de interação com professores. Outros conseguem falar, mas, muitos repetem frases ou dizem coisas aleatórias, o que confunde os educadores.

Por outro lado, são alunos organizados e rotineiros apesar das dificuldades que apresentam. Todos buscam meios de se sentirem seguros, o que justifica a repetição de algumas ações. Sons, luzes e o ambiente podem incomodá-las a menor mudança, os deixa agitados, outra alteração é o toque, como no ato de tentar acalmá-las. Muitas crianças autistas não gostam de ser tocadas e isso pode levá-las a se debaterem e se machucarem.

Como foi dito antes, algumas crianças com TEA apresentam capacidade intelectual fora do comum, mas, a grande maioria é afetada com a dificuldade de aprendizagem, o que reforça ainda mais a importância de profissionais junto a crianças do espectro autista nas escolas.  

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Como pode ser feita essa inclusão

Pode parecer mais difícil do que realmente é. O processo para inclusão de crianças autistas no sistema escolar brasileiro começa pelas necessidades individuais de cada aluno do espectro e em seguida é feita a conscientização dos profissionais do meio educacional, incluindo funcionários e os próprios alunos para que saibam como lidar naquela situação em especial.

Todo o processo deve ser acompanhado pelos pais e professores, e também por médicos, de preferência que já atendam o aluno, para que o mesmo se sinta confortável. É discutido com ambos um projeto pedagógico onde as necessidades especiais do aluno autista são discutidas e informadas.

Mas, em um ambiente calmo, acolhedor e seguro, essas crianças têm mais do que a capacidade de aprender e até interagir com os colegas de sala. No fim, o ambiente de estudo e as ações impostas individualmente fazem toda a diferença para que uma inclusão saudável seja possível no sistema escolar brasileiro.

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